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quarta-feira, 26 de maio de 2010

O valor da automação: o custo de não investir!!

"Dez ou quinze anos atrás, quando abria-se um posto de trabalho para servente de pré-moldados, por exemplo, e divulgava-se simplesmente através de uma placa de 50×50 colocada na frente da fábrica, recebia-se algo em torno de 30 candidatos. Entre eles estavam pessoas que mal sabiam escrever o próprio nome, quando não precisavam carimbar o polegar. Mesmo com baixo grau de escolaridade, dos 30 candidatos selecionava-se 10 para contratos de experiência e absorvia-se 5.

Naquela época, todos os cálculos que fazíamos para analisar investimentos em melhorias eram baseados na economia de mão-de-obra. Com salário mínimo “miserável” e abundância na oferta de mão-de-obra, nossos projetos muitas vezes não se mostravam tão interessantes.
Nos dias atuais o cenário é totalmente diferente. Quando precisamos contratar um servente, a oferta não passa de dez candidatos que na maioria concluíram o ensino fundamental. Desses, acabamos conseguindo selecionar três para contratos de experiência dos quais eventualmente contratamos 1. Ou seja, está muito mais difícil contratar profissionais para atividades de baixo valor agregado que antigamente.
Sendo assim, notamos que a redução na oferta de mão-de-obra inseriu um novo valor para a automação industrial: o custo não investir.
Para perceber o valor que uma máquina automática dispõe a uma empresa, basta analisar a situação de forma inversa: “tirar o pirulito da boca da criança”. Em uma fábrica de pré-moldados, por exemplo, instalamos duas guilhotinas que medem e cortam automaticamente aço para a confecção das nossas armaduras. Ora, quando mês passado uma delas parou após descargas atmosféricas que causaram danos em várias instalações industriais da região, os donos tiveram que deslocar uma pessoa de uma atividade produtiva, para outra que não agrega qualquer valor nem ao produto, nem à empresa, nem ao trabalhador.
Em outras palavras, agora não estamos mais analisando o custo de implantação da máquina, mas sim a perda de lucro em não tê-la. Ou seja, agora o valor do equipamento esta diretamente relacionado à produção perdida por ter que deslocar um trabalhador para aquela atividade que não agrega qualquer valor ao produto. Para exemplificar, imagine que com a guilhotina quebrada, a fábrica desloca para o corte do aço um servente que normalmente produziria em 8h, 100 peças de determinado produto cuja venda é certa. Não estamos mais calculando o custo das 8h do servente, mas sim o lucro perdido pela não-produção das 100 peças.
Investir numa máquina pode parecer caro quando se pensa simplesmente no custo direto da mão-de-obra (horaxhomem), mas não-investir se mostra muito mais dispendioso. Basta considerar que na ocorrência de uma parada da máquina a empresa precisa criar um posto de trabalho desnecessário e sem valor agregado. Isso significa: selecionar o profissional, contratá-lo, capacitá-lo e mantê-lo.
Em síntese, uma proposta de investimento numa máquina pode levar ao cliente uma oportunidade de lucro, e não um custo. Para isso é preciso além de verificar os impactos nos custos diretos, analisar o cenário na hipótese de ela ter a tecnologia e não poder utilizá-la por um período. Dessa forma, perceber-se-á outros custos envolvidos em não ter o recurso tecnológico."

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